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A IMPORTÂNCIA DO ANTIRRACISMO NAS EMPRESAS

Nos últimos tempos, especialmente depois dos protestos pela morte de George Floyd, nos Estados Unidos, e de João Alberto Silveira de Freitas, no Brasil, as pautas ligadas às questões raciais têm ganhado força. E um dos pontos que precisa ser considerado nesse debate é o antirracismo nas empresas.

O Brasil foi o último país do mundo a abolir a escravidão e nunca se comprometeu a reparar, de fato, os muitos maus causados aos negros durante os três seculos de regime escravista. Sem políticas públicas de amparo aos ex-escravos, a Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel em 1888, deixou milhões de homens e mulheres pretos livres, mas sem terra, sem trabalho e, principalmente, sem oportunidades.

Por isso, ainda hoje se sente na sociedade brasileira os sintomas das injustiças do período escravocrata. A disparidade de oportunidades entre brancos e negros segue refletida em dados como os revelados pelo relatório “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil”, de 2019, divulgado pelo IBGE. Segundo o documento, apenas 30% da população preta e parda ocupa cargos gerenciais no país. O relatório ainda alerta que quanto mais alto é o salário desses cargos, menor é a porcentagem de pretos e pardos nas cadeiras.

Esses dados são um alerta e devem levar as empresas a querer entender e mudar esse cenário. Para isso, no entanto, é preciso que o mundo corporativo se comprometa com as pautas antirracistas. É sobre como isso pode ser feito que falamos neste texto. Continue a leitura. 

O que é antirracismo

Para se comprometer com o fim das desigualdades raciais e atuar na reparação dos danos causados à população negra do nosso país, é preciso que as empresas comecem a entender que não basta não ser racista. É preciso ter um posicionamento ativo de combate aos preconceitos e às desigualdades relacionado à cor da pele: isso é ser antirracista. 

O antirracismo é a postura ativa de luta contra a perpetuação do modelo instaurado de privilégio branco. Para ser alguém ou uma empresa antirracista é preciso combater a violência racial, a desigualdade economica, a escassez de opotunidades para os negros, dentre outras atitudes que possam abalar o racismo estrutural que permeia a nossa sociedade. 

Como as empresas podem construir uma cultura antirracista

Para construir uma política antirracista na sua empresa é preciso adotar práticas que envolvam todos os colaboradores e a sociedade. Criar um grupo ou uma área responsável por definir e liderar as iniciativas de inclusão e diversidade é uma ótima ação.

Grandes nomes do mercado já têm uma área exclusiva para a promoção da equidade racial, é o caso da P&G e seu braço P&G Racial 360°. E isso não é um favor que as empresas fazem à população negra. Além de estar pagando uma dívida histórica, esse tipo de prática traz muitos benefícios para os negócios. 

É comprovado, por exemplo, que empresas com times mais diversos em relação à etnia, ao gênero, à renda ou à sexualidade, têm mais retorno financeiro. A conta é simples: um time plural consegue se comunicar com muito mais clientes, afinal, entende o que grupos diferentes precisam.

Duas mulheres, sendo duas loiras e uma negra e dois homens, sendo um negro e um oriental, estudando na mesa da empresa para mostrar a importância de desenvolver carreiras para o antirracismo

3 ações que promovem a igualdade racial nas empresas

A gente separou três iniciativas que podem promover a igualdade racial nas empresas e contribuir para uma sociedade mais justa:

1. Reeducar colaboradores e rever políticas da empresa 

O antirracismo nas empresas começa com uma reeducação de todo o quadro de colaboradores e também de donos e gestores, com treinamentos e palestras sobre racismo e preconceito. 

Também é importante rever as políticas da empresa, deixando explicitamente claras as punições e planos de ações para atos discriminatórios, além de estabelecer metas de representatividade ao longo dos anos.

2. Desenvolver a carreira de jovens pretos e pardos

Um dos maiores desafios das empresas é fazer com que pretos e pardos ocupem cargos gerenciais e de diretoria. Muitas organizações alegam que não há qualificação suficiente nos candidatos. A verdade é que é preciso não só atrair, mas reter e desenvolver as carreiras de pessoas negras e pardas no ambiente de trabalho. 

Os jovens até podem começar com cargos de estagiário e assistente, mas é fundamental terem suporte para crescer profissionalmente. Então, vale oferecer cursos e treinamentos. E lembre-se, já há gente capacitada procurando uma oportunidade. Programas como o de ingresso de trainees exclusivamente negros, como o promovido pelo Magazine Luiza, podem ser uma ótima solução.

3. Promover iniciativas sociais

Dinheiro faz diferença. Se a empresa puder contribuir financeiramente para projetos sociais que levantam bandeiras antirracistas e de incentivo à capacitação de afrodescendentes, por exemplo, contribua!

Se não for possível ajudar dessa forma, a dica é ampliar vozes negras nas redes sociais da empresa. Permita que os assuntos relevantes sejam discutidos e que os projetos existentes sejam apresentados nos perfis. A ocupação dos espaços por negros é muito importante para o movimento.


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